Estava passeando à beira-mar. O mar estava tranquilo com ondas suaves beijando a faixa de areia que brilhava ao luar. O céu com uma inacreditável lua cheia, cheio de estrelas, era de uma beleza infinita. Eu caminhava e, sem saber que dormia, me perguntava o que fazia ali àquela hora da noite. Pensei em ir embora dali; tenho um estranho pavor do mar, apesar da irresistível atração que sinto pelo mesmo, talvez isto aconteça por causa de minhas heranças ciganas. Já havia decidido ir embora, quando percebi que alguém andava em minha direção.
Fiquei com muito medo, até que a sombra se aproximou da faixa de areia que estava iluminada e reconheci minha Mãe cigana, a que me acolheu antes de me conhecer e me transmitiu, mesmo antes de deixar este plano, todo o conhecimento de Luz que aos poucos vou adquirindo. Veio caminhando em minha direção, e o balançar de sua saia na areia mostrava toda a sua elegância e nobreza, como se arrastasse um manto. Fiquei esperando que ela chegasse perto.
_ Salve Deus, minha filha, disse com meiguice. Notei seus trajes escuros( acho que eram azul escuro) e percebi que tive medo quando ela se aproximou porque jamais a tinha visto com roupas tão escuras; sempre a vejo com roupas coloridas e ornadas. Sua roupa, juntamente com seus cabelos negros, fazia destacar mais o seu rosto que, embora tranquilo, parecia triste.
_ Salve Deus, Mãe. Pensei que a senhora tinha me esquecido. Tem muito tempo que a gente não se encontra...
_Minha filha, nem sempre é permitido fazer o que queremos...
Minha Mãe ficou por alguns instantes olhando o mar, de repente, continuou a dizer: Olhe, filha, como o mar é lindo! reino de Yemanjá e do Povo das Águas! O mar oferece muitos alimentos para o corpo, mas, o mar oferece alimento para o espírito, muitas lições divinas podem ser aprendidas pela pessoa somente olhando o mar.
_ Este brilho que você vê na água, apesar da escuridão da noite, são energias benditas. A melhor hora do banho de mar é esta quando todas as energias do Prana estão em ação. Por esta força espiritual, a beira mar faz tão bem aos encarnados e até aos desencarnados, que aqui vem em busca do fortalecimento.
_ Vem comigo, disse-me, pegando pela mão.
Segurando minha mão, Mãe Clarividente me puxava para o mar e eu me apavorei; não teria coragem de entrar no mar. Mas, ela firmemente segurava minha mão, como se faz com criança ue faz pirraça e não me dava chance de escapar. Ela, com firmeza, segurava minha mão, me puxava para mar. Já com água pela cintura e apavorada, não tive reação quando com um puxão forte me fez afundar na água do mar e sempre segurando minha mão com força vi, apavorada, qe estava completamente submersa! Percebi que nada acontecia e era como se eu estivesse em cima d'água.
_ Abre os olhos, filha; Veja as belezas do reino de Yemanjá!
Abri os olhos e percebi que não nadávamos, mas, andávamos embaixo d'água! Vi muitos peixes, plantas e vultos estranhos que não sabia serem plantas ou objetos, rochas, não sei. Vi navio afundado, grutas estranhas, peixes que não conhecia, tudo era lindo e irreal. Depois de algum tempo passeando embaixo d'água, no fundo do mar, voltamos à praia. Reparei que nossas roupas e corpos estavam secos. E ela me olhando, disse:
_ O que você achou do fundo do mar, é lindo, não é?
_ Sim, minha mãe, é muito bonito, diferente de tudo o que já vi.
_ E, o que achou mais lindo?
_ Acho que o que eu achei mais lindo foram os cardumes de peixes coloridos nadando juntos.
_ E o que você achou mais precioso?
_ Acho que foram os navios naufragados, devem esconder muitos tesouros. Falei pensando que muitos homens dariam a vida para localizar um daqueles navios.
_ Filha, você viu isto aqui lá embaixo?- falou abrindo a mão e me mostrando um pequena concha.
_ Não, Mãe, não vi... Respondi.
Ela abriu a concha e dentro havia uma linda pérola, que brilhou à luz da lua. Minha Mãe, perguntou novamente:
_ Filha, você viu esta pérola lá embaixo?
_ Não, Mãe, não vi... Respondi, já meio sem jeito.
Pois seja como esta pérola. Apesar de escondida na lama do mar, de forma anão se mostrar, não se destacar no fundo do oceano, é quese invisível aos olhos por sua pequenez, é a maior preciosidade deste mar!
E dizendo isto, jogou a pérola no mar e se foi. Só neste momento percebi que era um sonho.
Salve Deus, meus irmãos e irmãs. Este teto é parte do livro " De Mãe para filha", onde relato alguns sonhos que tive com Tia Neiva; é um livro modesto, sem pretensões a não a ser a transmissão de lições que Tia me passou nestes sonhos.
O livro não pode ser vendido. Asim caso queira adquiri-lo favor solicitar pelo e-mail Juremamarianogueira@hotmail.com e pague apenas a despesa com o correio. O conteúdo pode ser copiado e distribuído sem restrições. Salve Deus.
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