segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Velho Lino: Histórias de Tia Neiva


Ninguém sabia o seu nome completo até o dia em que necessário verificar seus papéis para seu enterro.Conhecia-no apenas como " velho Lino".
Ele chegara à UESB por seus próprios meios, mas tão doente que logo foi encaminhado para o modesto "hospital". O diagnóstico foi de cirrose hepática, sem possibilidade de recuperação. Assim mesmo durou alguns meses, e, durante todo este tempo Neiva cuidou dele com carinho e afeição.
Na sua Clarividência ela ia vendos os seus qusdros e  relatava a ele.
Seu corpo era todo inchado pela pernicuiosa moléstia e sua pele tinha um tom esverdeado que causava repugnância. isto tudo era agravado pela sua boca  desdentada. mas o Velho Lino quase não se queixava. Dia a dia ele ia morrendo com tranquilidade dos que se acham " em casa"
Entre ele e Neiva havia amizade e respeito. Os dois tinhham longas palestras que ninguém entendia.
Meses depois de sua morte, Neiva sentiu saudades dele.
Só então se dera conta da sua solidão, em emio à multidão que vivia.
Afinal, o velho Lino tinha sido um bom companheiro na visão dos caminhos que conheciam pouco.
Lembrou-se então de seus transportes e pensou que talvez tivesse oportunidade de saber notícias dele.
Com essa ideia em mente encaminhou-se pára a sua "Plataforma de Contato" e lá sentou-se à espera.
Sua concentração foi tão natural e imperceptível, que até se assustou um pouco quando ouviu a voz famikiar de Jhonson Plata  a lhe dizer " Salve Deus!"
Já fora do corpo ela respondeu, e ele foi logo dizendo:
_ Vamos, Neiva, que está na hora de encon trar o "Velho Lino!"
Ela ficou meio encabulada, talvez devido à maneira qyue eles conhecim,a seus pensamentos e sentiu certa relutãncia em aceitar o convite. Ao ouvir o nome do Velho Lino mencionado por Jhonson,  com seu ar nobre e saudável perdeu parte do seu entusiasmo. Na sua mente passara quadros dos últimos dias da sua vida e do cadáver inchado daquele velho de setenta anos. mas, imediatamente, sentiu vergonha de seus pensamentos e seguiu-o sem mais comentários.
A chalana pousou suavemente numa espécie de plataforma iluminada.
Saíram da nave e se encaminharam por um longo corredor que terminou num parque iluminado pelo luar; No meio do terreno, tapeçado de um a erva que reverberava à luz da Lua e pontilhado de árvores simétricas, erguia-se um enorme edifício que se alongava para os fundos do parque. Ela ficou olhando aquelas árvores que sempre lhe chamavam a atenção pela simetria.
Para ela que gostava das flores de plástico da Terra elas pareciam ser  de plastico colorido. Reparou também que em todas elas estavam dependurados medalhões com inscrições que ela não distinguia. Estranha músixa pairava no ar, Mas Neiva não tinha muita certeza que se tratava de música. Parecia mais um som agradável, um zumbido modulado, Jhonson quebrou o silêncio:
_ Aqui, Neiva, é o Hospital de recuperação  da Casa Transitória e também o ponto de partida para Capela. Apontou para um lado que Neiva ainda não olhara e ela viu várias naves de grande porte, que se pareciam muito com os zepelins da Terra, só que tinham enormes janelas, cuja luz amarelada se destacava na luz branca do luar.
Chyegaram ao saguão do enorme edifício e Neiva se preparou para o choque. Sentia saudade, e um certo receio. Ficou olhando as pessoas que se movimentavam nos seus afazeres e momentâneamente sozinha. Jhonson e Eris conversavam com alguém junto a um balção. Nisto, ouviu seu nome e a voz de Seu Lino, que a chamava. Levantou os olhos  receosa e viu diante de si um homem que aparentava uns quarenta anos, cujo sorriso amplo revelada os dentres salvos e perfeitos. Trajava roupas semelhantes aos Capelinos e tinha um ar saudável e desenvolto.Ela custou a acreditar que estava diante do Velho Lino!
Daquele pobre velho, inchado e desdentado, só restava o ar de serenidade e segurança e que caracterizava seu espiirito evoluído. Ele estendeu a mão sempre sorrindo e olhando-a com ar carinhoso.
_ Neiva, que satisfação em vê-la! Queria muito lhe agradecer o tanto que você fez por mim até o desencarne! Tudo o que sou devo a você e a UESB. Mas, principalmente a você que me amparou com seu amor e seu carinho. Graças a Deus.
Neiva estava tão emocionada que não conseguia falar. Sentia as lágrimas desderem pelo seu rosto e procurou, como fazia na Terra, um lenço para disfarçar.
A diferença que se operara no seu Lino era fantástica. Há apenas alguns meses ele deixara o corpo esverdeado pela infecção como fruta apodrecido, um ser humano sofrido e pobre. A figura  que tinha agora diante de si era de um homem em plena forma e com a tranquilidade de um ser humano realizado.
Pelo seu espoírito passaram as mais variadas implixações, comparações, lembranças, doutrinas e tudo o que aprendera. Quantas conclusões, quantas provas de multiplicidade do Espírito, a veiculação variada, de corpos e personalidades ocupados por um mesmo Espírito!




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