terça-feira, 1 de outubro de 2013

LENDA DE AMOR CIGANO.

Esta história me foi contada por um velha cigana "Calon" que garante que não é uma lenda pois aconteceu realmente em uma Tribo de Ciganos em Andaluzia (Espanha) há alguns séculos atrás.



imagem de internet


Havia na tribo cigana um casal mui "rico" e feliz. Eram jovens e apaixonados, viviam dentro das leis e costumes da tribo. A cigana logo ficou grávida e isto foi motivo de grande alegria para todos que comemoraram por dias o acontecimento, entre músicas, danças e festins.
Passado o tempo de gravidez, o marido acendeu a fogueira na entrada da barraca, sinal de que a criança estava nascendo  assim manteve a fogueira por dias. Entretanto, de repente, a fogueira foi apagada e todos sabiam, com tristeza que alguma desdita havia acontecido. O que ocorreu foi que nasceu uma linda menina, porém, a mãe morreu no parto.
Desesperado de dor, o cigano de pronto passou a odiar a filha porque entendia-se que o filho que "matava" a mãe  durante o parto era "amaldiçoado" pois trazia a dor e  a desgraça. E assim cresceu a pobre menina, sem carinho e sem amor, mais criada do que filha.
Já mocinha, revelou uma beleza em par, causando inveja nas outras ciganinhas e interesse exagerado dos homens. Nada tinha de seu a não ser sete saias, uma de cada cor, que guardava com carinho formando um lindo arco-íris em seus guardados. Por nada possuir e diante da negativa do pai em pagar o dote não podia casar-se, pois é inadmissível que um cigana se case sem que o pai pague o seu dote.
Desta forma, a cigana vivia entre a solidão e a tristeza, até que um dia, ao buscar lenha na floresta par acender a fogueira encontrou-se com um lindo gadjô e se apaixonou perdidamente, esquecendo-se que uma cigana jamais deve amar um não cigano.  
O pai logo descobriu o romance e, numa noite de lua cheia colocou a filha para fora de casa a fim de evitar a "má fama" e a pobre andou pelos campos e cidade procurando seu amado, porém, jamais o encontrou.
Assim, sem teto, sem pouso deixou-se iludir pelo brilho das falsas paixões dos falsos amores e despertou para si o ódio e o desejo de vingança dos amantes e das mulheres dos homens pelos quais se deixou cortejar. E, assim, um dia ao fugir de um amante raivoso pela traição foi morta por um lobo faminto que rondava a cidade onde buscava se esconder.
O pai da cigana, ao saber da sina da filha caiu por terra arrependido, mas era tarde. E para não se lembrar da filha enterrou suas sete saias coloridas junto com o corpo destroçado.
Dizem que a cigana ao ver seu corpo destroçado, pediu a Deus para ser o Espírito protetor dos que sofrem por amor, pela falta de amor E pathia le deu lesque le romensa tal vi le cajentsa la lumiark-  (Deus abençoe todos os ciganos e não ciganos do mundo.)"

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