segunda-feira, 27 de julho de 2015

A tristeza de um preto Velho.*

Salve Deus.
Jesus em nossos corações.




Dado os acontecimentos e os desatinos dos missionários, alguns Mentores fizeram uma aposta que seus tutelados não se enquadravam nas disputas, nas mesquinharias e na falta de conduta doutrinária. Assim, um Preto Velho dos mais humildes que trabalham no Vale do Amanhecer se dirigiu para o templo em que um filho trabalhava. Mas, pelas graças de Deus, esse Mentor não podia se apresentar com seu corpo de luz que todos sabiam ter.
Assim, se fez de roupagem humana de um homem de pele escura de cerca de uns 70 anos, com um estranho aleijão em um lado corpo, cujas marcas exalava um cheiro muito desagradável. Sua fala era enrolada e brejeira, muito baixa, de modo que quase não se ouvia. Para completar colocou ás costas um saco velho e sujo, que carregava com dificuldade. E assim, entrou na área do templo.
Andou por ali e ninguém lhe dirigiu a palavra. Via alguns médiuns que conhecia e outros que via pela primeira vez. Pode ouvir que falavam dos mais diversos assuntos mundanos, piadas, fofocas... Entristeceu um pouco mas, mas, teve esperança que seu filho se comportasse diferente.
Andando entre um e outro percebeu que alguns usavam os olhos para olhar com olhos de cobiça para outros, de ódio para alguns de de muita maldade, muita maldade!
Nisso, chega o seu filho e o coração do "nego véio" se encheu de amor. Esperou o filho se colocando bem na frente dele mas, o Mestre passou por ele e nem lhe dirigiu o olhar. O mentor insistiu e chamou o filho pelo nome. Esse se virou e disse: " Está falando comigo? Eu não lhe conheço. deve estar me confundindo! e foi andando.
O Mestre chegou perto do filho que conversava com outros mestres e viu, com tristeza que ele também perdia tempo conversando sobre assuntos que não deveriam ser conversados ali, naquele solo sagrado, As risadas do filho eram açoites em seus ouvidos.
Ainda tentou conversar mais uma vez com o filho mas esse se afastou sem nem ao menos disfarçar o seu nojo.
Se aproximando de outro Mestre, disse:
_ Cuida pra que aquele velho preto, aquele ali velho com um saco nas costas não passe no meu Trono, viu?
O Mentor se afastou com lágrimas nos olhos. O Preto Velho pensava numa forma de ensinar ao seu filho a mais difícil lição que uma pessoa pode aprender: a humildade, a tolerância e o amor e, neste caso, principalmente a humildade.
*Jurema Maria Nogueira

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