Assim diz o Dalai Lama, e sua voz ecoa no Universo!
Uma das grandes vantagens de desenvolver a noção de responsabilidade universal é nos tornarmos sensíveis a todos os seres- e não só aos que estão mais perto de nós. Passamos a ver melhor a necessidade de cuidar antes de tudo daqueles membros da família humana que sofrem mais. reconhecemos a necessidade de procurar não causar divergência entre nossos semelhantes. E no tornarmos mais conscientes da imensa de promover um estado de satisfação.
Quando negligenciamos o bem-estar dos outros e ignoramos a dimensão universal de nossos atos, fazemos uma distinção entre nossos interesses e os interesses dos outros. Não nos damos conta da uniformidade da família humana. em dúvida, é fácil apontar numerosos fatores que se opõe a esta noção de unidade:diferença de crença religiosa, de língua, de costumes, de cultuas, etc. Se, porém, damos demasiada ênfase a diferenças superficiais e por causa delas fazemos rígidas discriminações, não há como evitar um acréscimo de sofrimento e desgaste para nós e para os outros- o que não faz sentido. Já temos problemas demais neste mundo. Todos, sem exceção, temos que enfrentar a morte, a velhice, a doença, sem falar nas perdas e decepções- estas não temos mesmo como evitar. Não é o bastante. para que criar problemas desnecessários por causa de maneiras diferentes de pensar ou diferentes cores de pele.
Avaliando essas realidades, vemos que a ética e a necessidade pedem a mesma reação. Para superar nossa tendência de ignorar as necessidades e direitos dos outros, precisamos continuamente lembrar a nós mesmos o que é óbvio: que bsicamente todos somos iguais.Eu venho do Tibet e a maioria dos leitores deste livro não são tibetanos. Se eu encontrasse cada leitor em pessoa e olhasse para ele com atenção, verificaria que que quase todos têm de fato características superficialmente diferentes das minhas. Se eu me concentrasse nestas diferenças, iria com certeza ampliá-las e transformá-las em algo importante. Mas o resultado seria ficarmos mais distantes do que próximos. Se, ao contrário, eu olhasse para cada um como alguém de minha própria espécie- um ser humano como eu, com um nariz, dois olhos etc,- inorando diferenças de forma e de cor, a noção de distância, automaticamente se dissiparia. Eu veria que somos feitos da mesma carne humana e, que além disto, como eu quero ser feliz e não sofrer, os outros também querem. Ao reconhecer isso, eu me sentiria naturalmente inclinado para eles. E a consideração por seu bem estar, viria quase que espontaneamente.
Estre trecho é parte do livro do Dalai Lama "Uma Ética para o novo Milênio"- Editora Sextante.
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