Esta história me foi inspirada por algum Espírito Bendito numa manhã de meditação e pensamentos sem rumo (o que não é bom para um médium!). Foi chegando de mansinho, tomando conta da minha mente e percebi que ali estava um grande ensinamento e anotei para contar para vocês!..
Um pai tinha três filhos.
Desde que o pai tinha seus filhos pequenos, enquanto brincava com os mesmos, perguntava:
_Meus, filhos, qual de vocês amam pais o papai?
Os meninos, pequenos, abraçavam o pai e, disputando o colo e o rosto do pai, gritavam empurrando uns aos outros:
_ Eu! Eu !Eu, papai... eu que te amo mais!Enquanto o outro dizia:"Não, eu que amo mais o papai, seu bobo!"
E,assim cresceram, com o amor e cuidado o pai, fartados de brinquedos e de carinho do pai. Porém, enquanto o homem se enfraquecia no trabalho para nada deixar faltara os filhos estes, cresciam e se fortaleciam para a vida.
Já rapazinhos, quando ouviam a voz do pai perguntando: " Qual de vocês mais amam o papai?" olhavam apenas para ele, que já estava com o rosto cheio de rugas e alguns cabelos brancos, pouco vigor e força e já não dispunha da mesma animação de responder e diziam:
- Eu te amo, pai,mas, estou com pressa agora; tenho que jogar futebol;
_ Te amo, pai. Respondiam , às vezes, simples e rapidamente.
Muitas vezes nem respondiam, apenas balançavam a cabeça e riam como se estivessem cansados daquele jogo. E continuavam a receber as condições materiais para sobreviver e crescer. Recebendo as condições para gozar a vida e a juventude não se preocupavam com o pai e nem percebiam sua crescente debilidade!
Passados mais alguns anos, já homens feitos, encontravam -se completamente realizados na vida profissional e pessoal e, quando visitavam o velho pai, já não tinha paciência para as constantes indagações do pai " Qual de vocês me ama mais? Muitas vezes nem respondiam, davam-lhe um tapinha nas costas ou nas mãos, como resposta...
Mais e mais anos se passaram, no filho mais velho, alguns cabelos já embranqueciam e a primeira ruga já se instalara. O tempo apresentava sua conta. E receberam a notícia que o pai estava hospitalizado e se aborreceram por causa disto, pois as despesas eram altas e tinham o dever de acompanhá-lo durante a internação. Foram visitar o velho para verem como estava bem como decidir quem ficaria com ele. Ao entrarem no quarto, o pai perguntou:
_ Meus filhos! Qual de vocês mais me amam?
_ Ora, pai; deixe de bobagem, isso não é hora de brincadeira!
O pai teve alta médica e deveria para a casa de um dos filhos, pois não tinha condições de morar sozinho., mas, nenhum aceitou o encargo e acharam melhor dispensar a enfermeira que contrataram para acompanhá-lo durante a estadia no hospital e colocá-lo num asilo para idosos.
O velho já com a consciência danificada pela demência parecia não entender o que acontecia e aceitou como uma criança o seu destino.
No asilo estava sempre só e abandonado em algum canto. Parado, sem reação. Os filhos raramente iam ao asilo e sempre um de cada vez( para não sobrecarregar nenhum!).
Certo dia, um rapazinho foi trabalhar no asilo fazendo a limpeza pesada do local. Ao entrar no quarto e ao olhar o velhinho que dormia na cama que ficava num canto daquele quartinho, sempre escuro, alguma coisa o comoveu: ou o semblante triste do velhinho, sua respiração ofegante, seus cabelos ralos, sua mãos fracas e entortadas, o certo é que enterneceu-se. Abriu a janela do quarto e deixou o sol entrar. limpou o quarto com capricho perfumando-o, colocou uma jarrinha com flores. O velhinho acordou e ficou olhando o rapaz, como se buscasse pela memória, mas, nada falou.
Todos os dias, o rapaz dedicava um cuidado especial ao velho. Dava-lhe banho, trocava a roupa de cama, perfumava o quarto trazia revistas e jornais para ler para o senhor; um radinho a pilha velho, enchia o quarto de música pela manhã, que o velho ouvia com grande satisfação. E continuava a olhar aquele rapaz que entrava e saía e nada falava.
Porém, um dia, ao entrar no quarto pela manhã, diante do rapaz, o velho olhou-o com os olhos cheios de emoção e gratidão e disse:
_ Meu filho, não preciso mais perguntar qual de vocês mais me ama, eu já sei a resposta: é você!
História inspirada a Jurema M. N. por Espírito que não se identificou.
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