Neste relato, Tia Neiva explica para Mário sassi os fenômenos que acontecem num cemitério; é uma história muito instrutiva, para que saibamos que em todo lugar existe " vida" e onde existe vida existem as bênçãos de Deus, Senhor da Vida!
Duas coisas, Neiva, sobre as quais eu pedirei mais esclarecimentos: essa questão dos suicidas e o que se passa nos cemitérios. No caso dos suicidas, tenho um pouco de preocupação com aqueles que nos vão ler. Você não acha que se justificarmos o suicídio, nós podemos dar motivos para que as pessoas que antes vacilavam o façam por isso?
_ Não, Mário, isto não me preocupa nem um pouco. Nas estórias que estamos relatando, estamos frisando muito bem os aspectos positivos da vida e abrindo possibilidades a todos, mesmo que não aceitem a nossa Doutrina. As pessoas que lerem os casos que estamos contando verão que o verdadeiro suicídio é a morte planejada, deliberada.
Se uma pessoa é consciente das implicações da vida cármica e assim mesmo se mata, esse é realmente um suicida. O que vai se apresentar a le edepois disto é a mesma situação que deixou na vida , porém com mais complicações. Definitivamente, não paga a pena suicidar-se, mas o que me preocupa realmente, neste assunto, é a atitude dos vivos com relação aos suicidas, ou considerados como tal. Isso porque o espírito, após o desencarne, depende muito dos que ficam. Se as idéias e conceitos que fazemos do morto forem positivas, ou, pelo menos isentos de julgamento, ele se despreocupa muto mais do que deixou e pode seguir seu destino com maior tranquilidade. isto sem falar na questáo ctoplasmática, tão preciosa para o reém desencarnado.
_ É,isso faz sentido. E a questão dos cemitérios? Tradicionalmente a gente considera o cemitério como um lugar de paz, de tranquilidade. Ele é assim realmente?
_ Não, a paz que existe ali é apenas física, pois os defuntos são apenas matéria em decomposição e nada podem fazer físicamente. Mas, em contrapartida, na perte psico- espiritual a coisa é bem diferente. Deixe-me contar um caso que irá elucidar bem as duas questões.
certa vez fiu procurada por um senhor de nome Marcondes, que soubera a meu respeito por intermédio de ujm deputado ederal. Marcondes morava em São Paulo e pertencia a tradicional família católica, sendo membro ativo da Confraria Vicentina. O motivo de sua visita eram conlitos conjugais e problemas comercial. Sua situação era a pior possível. na vida conjugal havia forte interferência de um terceiro, um seu secretário de nome Waldo, meio parente de sua esposa,. registrei o nome dela, Armanda, euma filha de 17 anos. De pronto verifiquei que a base do desajuste era a presença de Waldo e um carma coimplexo de toda a família. Vi também que a alimentação mediúnica do conflito se processava principalmente através de Marcondes.
_ Mas, Neiva, mediunidade num católico praticante?
_ Mas, é lógico, Mário, você não afirma sempre que a mediunidade independe da situação da pessoa?
_ Sim sim, é lógico. Apenas estranhei, um pouco, porque os católicos têm uma posição definida de antagonismo ao espiritismo.
_ Ao espiritismo, Mário, mas não ao Mediunismo. A idéia do 'medium", isto é,d o intermediário, é fundamental nesssa Religião. Apenas ela é apresentada de outras formas. Aliás, não quereo me aproifundar na análise disso, em face do respito que tenho não só pelo catolicismo como a todas as religiões e não compete-nos julgar qualquer outro credo.
Mas, o caso do Marcondes era nítido. Cumpridor de seus deveres religiosos, desde mocinho, destacou-se como Congregado Mariano e na prática constante desenvolveu a sua mediunidade. Procurando sempre respeitar a sua posição, com muito ciusto conseguiu equilibrar seu quadro familiar e sua posição comercial. Pedi que ele trouxesse Waldo até Brasília e esclareci aos dois a situação. Com isso eu pude retirar a possessão e ambos foram em paz. Depois disso, periodicamente, eu recebia algumas flores com um cartãozinho deles me cumprimentando. Durante um ano inteiro eu recebi notícias deles, até que cessaram as flores e sa notícias.
_ E voc~e não ficou preocupada, não se agastou por isso?
_ Não, já estou acostumada com isso. Como disse o Chico Xavier, sou apenas um burrinho que transporta o bem e recebe a má notícia. O fato é que não recebi mais notícias.
Algum tempo depois, Pai João me convocou para ver um "tutelado meu" como ele se refere aos nossos clientes. Desprendi-me do corpo e acompanhei-o. Chegamos ao local mais ou menos às três horas da madrugada. Era um lindo cemitério cheio de capelas e estátuas ornamentais. Sennti medo e fiz menção de voltar para o corpo. Pai João segurou-me e reepreendeu-me" Filha, Filha, tenha cuidado e contenha-se- disse ele. lembre-se que o seu amor fraternal a sustenta e a livra de qualquer mal. Não esqueça que o medo é um grande mal." Nisso surgiu um homem muito alto, vestido de preto e com uma camisa muito alva. Dei um grito assustada pois o semblante do homem denotava, claramente, que havia saído de uma cova. Pai õão sorriu e me segurou novamente: " Filha, disse le e, este cemitério é em São Paulo e aqui estão enterrados defuntos que pertenciam a muitas Religiões."
Não entendi porque aquela referência a outras religiões, e, mais calma fiquei observando o homem de preto. Ele gesticulava como se estivesse falando num comício e seu tom era de protesto e indignação, como se não soubesse o que estava fazendo ali. Outros espíritos se reuniram e a impressão que eu tinha era, mesmo, de um comício. Nisso o homem de preto se calou e outro homem se destacou pelos gritos que dava, invocando Nossa senhora da Conceição e invectivando uma figura encapuzada que percebi ser um frade. O frade se encolhia todo ouvindo coisas dirigias a ele pelo homem que invocava Nossa Senhora. Admirada daquela cena, chamei a atenção de Pai João:" Olha, pai João, gritei, veja como ele chama por nossa Senhora!E aquele frade? pobre homem. Tão humilde, um saceróte recebendo uma humilhação dessa.
_ È c verdade, minha filha, este frade é um grande espírito. Aliás, um sacerdote é sempre um grande espírito. Feliz do homem que se desprende dos bens materiais para se dedicar a uma missão. Quanto à invocação de Nossa Senhora é perfeitamente natural, de acordo com a crença desse homem. E pode ter certeza, minha filha, que ele será atendido na sua invocação.
_ E porque, pai João, por que esse homem está com raiva do frade?
_ Eles estão num reajuste, minha filha, um reajuste que não foi feito quando ambos estavam encarnados. Esse homem que está gritando com o frade é um suicida. Era um político de muito destaque e reste frade era seu filho. Seu sonho de político era que seu filho seguisse a mesma carreira. Mas não soube conduzi-lo e, em certo momento, o rapaz abandonou a família para se recolher a um convento. A frustração do pai foi muito grande e ele teve outros desgostos acabando por suicidar-se. Seu suicídio foi dramático e ele não morreu na hora. O filho, que então já era um sacerdote, veio para a cabeceira do pai, e, contrariando as normas desua religião, deu a absolvição ao pai.
_ Mas não podia, Pai João, filho não pode dar absolvição a um pai?
_ Não minha filha, não porque ele era um suicida comprovado e a Igreja não permite a ministração dos sacramentos, nem o enterro num cemitério consagrado, a pessoas que se suicidam.
_ Mas pai João, objetei, como um espírito que vem para se reajustar na Terra, no caso presente com seus pais, abandona a família e portanto sua obrigação cármica , seu reajuste, se refugia num convento e ainda pode ter a santidade para dar a absolvição?
_ Sim, minha filha, não se esqueça que o ritual de um sacerdote, que tem uma missão de amor e coloca sua missão acima de seus interesses pessoais, é sempre ouvido pelos santos e anjos seus protetores. assim são chamadas as falanges que guarnecem as igrejas católicas. Mas o nosso frade cometeu um erro na qualçidade de sacerdote. Nem o próprio pai ele podia absolver como fez. Por essa razão ele teve que pagar por esse erro e é por isso que ele está cumprindo seu tempo junto ao pai, pelo erro cometido e pelo reajuste que não fez.
_ Mas, então, Pai João, a boa intenção dele não lhe serviu de nada?
Se ele é um bom sacerdote e cumpridor de seus deveres, só porque desobedeceu a um preceito, só por isso ele não foi para o Céu, como acreditam os católicos?
_ Sim, Neiva, um sacerdote é um Doutrinador e sua situação é a mesma que a de um Doutrinador em nossa Ordem. Se um Doutrinador cometer um erro num trabalho mediúnico, ele arca com as consequências, principalmente com relação aos obsesseores. Um sacerdote da Igreja católica é um doutrinador com grandes poderes intelectuais e, quando é um bom missionário, ele se torna um verdadeiro espírito de luz. Na verdade todos os sacerdotes t~em alguma santidade, mesmo os profissionais.
_ profissionais, Pai João?
_ Sim, filha, função, finalidade. tudo e todos t~em alguma finalidade. por exemplo, filha, o chamado" baixo espiritismo", com sua práticas mediúnicas anímicas, tem a função importante de escada de acesso aos espíritos de condições involutivas inferiores. Todos são instrumentos e recebem a bênção de Deus. mas todos t~em sua responsabilidade proporcional aos ghraus que possuem. veja o caso do mário. ele é um Doutrinador que já fez as mais lindas doutrinas, curas e desobessessões, certa vez, porém por conveni~encia pessoal, ele admitiu a mistificação de um Médium que era um aparelho positivo e por isso etá arcando com as mais tristes consequ~encias.
_ qual é o caso Pai João?
_ è o caso de um casal, o marido Doutrinador e a esposa incoprporadora. Num dado momento começou ela começou a profetizar e o Mário, em vez de cumprir seu dever de doutrinador, permitiu que ela continuasse deixando o esposo na crença que se tratava de comunicações positivas. o resultado foi o mais triste e, agora, o Mário arca com o ônus do erro cometido. A Medium exerce sobre ele terrível possessão, e, até que se esgotem as energias negativas desse ato, ele terá que sofrer".
_ neiva, Neiva, interrompi, quer dizer que estou colocado na mesma posição do frade da estória que estamos contando?
Ele sorriu e não me respondeu.
_ Bem, disse eu, é melhor voltarmos ao cemitério... e sobre o frade e seu pai. Não entendi bem a posição dos dois. Eles haviam se perdido um do outro? Pelo que entendi o fato se passou em tempos bem distantes. O homem , o suicida, que você estava conhecendo, era bem mais novo que o sacerdote seu filho. Explique melhor isto, Neiva.
_ Mário, para que se compreenda essa situação é preciso admitir que as coisas no plano espiritual são mais complexos e difíceis de entender com os sentidos e com a razão, para comear os dois estavam em planos completamente diferentes, O plano do frade era muito mais alto do que o de seu pai suicida.
_ Mas, Neiva, se os planos deles eram diferentes como estavam naquela posição? O padre não deveria estra numa outra situação?
_ E estava, Mário. cada um pertencia a um plano e os dois apenas se achavam no mesmo local. entenda bem, Planos diferentes e o mesmo local. O frade conhecia seu pai, sabia de sua dor e de sua revolta e era obrigado a permanecer junto a ele até conseguir liberá-lo. No fundo, estava apenas arcando com as consequências dos dois erros cometidos , absolver os pecados de um suicida, erro cometido contra o ritual de sua igreja, erro pelo qualq respondia individualmente, na qualidade de sacerdote e a necessidade de completar o reajuste que deixara de fazer, ao abandonar o lar e se internar num convento.
O fato, aparentemente bom, de uma pessoa deixar a família e se dedicar ao claustro, absolutamente não compensou o afto mau do descumprimento da tarefa cármica junto aos pais. E issso também não invalidou sua ação, como sacerdote, pois, a missão a que se dedicou trouxe-lhe a evolução e a luz. de qualquer forma, com evolução e com luz, sua responsabiliadde junto à Lei Cármica permaneceu:" A Lei terá que ser cumprida até o último centil..."
_ È, Neiva. è mesmo difícil a gente entender os meandros da vida espiritual.
_ E por isso, Mário, que Jesus nos diz, taxativamente, que não devemos julgar. O nosso julgamento é limitado pela nossa razão e pelo que enxergamos no plano físico. O ser encarnado, porém, está vivendo vários planos simultaneamente: os do seu passado e os do passado dos que o cercam.
_ mas, Neiva, objetei. Como é que a gente pode viver sem julgar?
Como é que a gente toma decisão a respeito de nossos negócios, nossos amores, nossas obrigações, em julgar as pessoas com quem somos obrigados a entrar em relações?
_ Mário, o nosso juízo, as idéias que fazemos a respeito das pessoas têm que ter a flexibilidade necessária. Devemos aceitar as pessoas como elas são e não segundo um ju´zio nosso. Se tomarmos em conta o amor, a tolerãncia e a humildade, dificilmente nós cometemos erros de julgamento. os erros maiores nós cometemos quando julgamos com ódio , rancor, preconceito e egopísmo. Percebe, Mário, a validade do evangelho?
Mas, voltemos ao cemitério.
Ali estava eu, na companhia desse espírito maravilhosos que é Pai João, mas ao mesmo tempo me acabando de medo. Não era só o caso do frade e seu pai que eu via, mas inúmeros outros dramas. Ainda preocupada com o pobre frade perguntei a Pai João:" esse sacerdote, meu pai, ele está num plano melhor que o meu?
_ Sim, minha filha, você ainda é uma simples Clarividente e ele já completou o seu tempo, com renuncia e humildade.
_ Mas, pai joão, objetei. eu também já renunciei a muita coisa.
_ Sim, filha, você renunciou por medo dos espíritos fora da matéria. Mas não se apresse filha, continue a sua missão, não cometa erros contra a Lei do Senhor, e um dia chegará até onde está esse frade. Se você continuar no bom caminho não terá necessidade de passar por aqui, como esses espíritos que aqui estão.
Nisso fomos interrompidos por Marcondes que se dirigia a nós, embora ele não visse pai João.
" Tia Neiva, disse ele emocionado, tia Neiva, minha santa! Que bom encontrá-la aqui. Oh! tia Neiva, Armanfda e Waldo me decepcionaram apesar de tudo que a senhora disse a ele. perdoe-me tiazinha, não pude resistir. Joquei meu carro num barranco bem na entrada da mansão".
+ Meu Deus, meu Pai, outro suicida!
_ Sim, Neiva, outro suicida que irá ficar aqui muito tempo. Armanda e Walter formaram uma corrente tão negativa que Marcondes não resistiu. Suicidou-se, embora o caso tenha sido considerado como acidente. Assim, também há acidentes que passam como suicídios. percebe agora, o cuidado que se deve ter em relação a isso?
Perecebi então, que os "mortinhos", começavama se movimentar, formando um semicírculo em torno do local em que nos encontrávamos. Pai João permanece calmo e tranquilo. Eu, para quebrar a monotonia, comentei a respeito da beleza daquele lcemitério e Pai João me chamou a atenção para o que estava se passando.
Vi então, um Centurião Romano que empunhava um grande chicote fluídico. Dizia lindas palavras em nome de Deus e seu chicote zunia entre as sepulturas. para minha surpresa si que os espiritos saiam das covas e iam sentando-se humildemente em torno de Pai João. O espetáculo era tão triste que senti vontade de fugir dali. pai João, porém, olhou-me com tanta serenidade que me acalmei. E então ele começou a falar. Seu sermão foi tão lindo que eu me esqueci até onde me encontrava. Enquanto ele falava, alguns espíritos iam se desprendendo e se clareandoo e subiam como se fossem flocos flutuantes. Foi um quadro inesquecível. Tão pronto ele terminou de falar eu comeciei a fazer perguntas.
_ Porque aquele chicote meu pai!
_ Com ele o Centurião coletou todo o ectoplasma do ambiente e, ao mesmo tempo, obrigou os espíritos que se enterraram junto com os seus cadáveres a sair."
_ espíritos enterrados?- perguntei espantado.
_ Sim, Mário, espíritos acrisolados na matéria estacionada, pessoas que morrem e não acreditando na vida do espírito, julgam-se enterradas e sua mente obscurecida não percebe o fato de sua exist~encia independente do corpo apodrecido. Todos os dias os espíritos guardiães, esses benditos missionários dos cemitérios, fazem esse trabalho. Com os chicotes fluídicos reúnem o ectoplasma e impregnam esses espíritos. Assim "enxarcados" eles começam a perceber sua verdadeira situação e podem entender a doutrina de Pai João. Os que vão ganhando compreensão, vão sendo encaminhados para as escolas do espaço, onde são feitos os cartilhamentos de seus destinos.
Outra coisa, Mário, que pai João me eplicou. enquanto brandia seu chicote, o Centurião emitia um silvo agudo, cuja tonalidade despertava as mentes obstruídas. O som, como você sabe, tem uma importante função iniciática.
_ Aproveitando o ensejo, Neiva, explique-me esse negócio de fantasmas à meia-noite. É verdade que os espíritos saem para fazer suas estrepolias a, nessa hora?
_ Não, o negócio é exatamente ao contrário. Esse trabalho é executado depois da meia -noite para proveitar a situação da distância da luz solar. Os íons do Sol não permitiriam. Além disso,a s atividades dos encarnados atrapalhariam. Por outro lado, muitos dos espíritos que ali vivem saem e andam, vão para junto de seus familiares e a noite voltam, ppois consideram sua "residência" onde está o corpo. Seus mentores, então, os guiam de volta, para que, a partir da hora propícia, estejam ali para o tratamento. A lenda da meia-noite talvez se prenda a essa movimentação. è relativamente fácil imaginar, Mário.
Quantos médiuns videntes, que não sabem disso, vêem espíritos caminhando e toda essa movimentação nos cemitérios e saem contando histórias de horror!
Há outro fato que merece consideração: esse trabalho no cemitério não é tão fa´cil como parece. Imagine a quantidade de espíritos em contato com os epulcros e também os Exus, como a falange de Omolu, que trabalha com ectoplasma de defuntos; os macumbeiros, que se aproveitam das energias ali concentradas , enfim, todo esse comércio com o mundo dos mortos!
È isso, Mário, essa vida do submundo da mediunidade que confunde as pessoas e as levam a considerar o espiritismo como coisa de mortos e do diabo. È verdade, como dissemos acima, que tudo isso tem uma razão de ser, sua utilidade. Mas não devemos confundir um aspecto da vida fora da matéria, com todo esse maravilhoso conjunto da Criação. Seria como se confundir as usinas de tratamento de lixo, os matadouros, as malocas e as invasões como sendo a cidade, o povo!"
estava ainda assistindo àquele belo espetáculo, já preocupada em voltar para meu corpo, quando avistei uma luz que se aproximava de nós e vi que era o frade. Não sei explicar porque, mas senti uma grande alegria no coração. Ele se dirigiu a mim sorridente e disse::
_ Filha, sou frei Juvêncio, e hoje recebi minha libertação e seguirei para Deus. Não sei o que me espera, mas tudo que vier está bom, tudo que ele me der, aceitarei feliz.
_ É, disse eu, o senhor sofreu muito não é verdade?
_ Sim, filha, sofri, mas foi uma experiência edificante. Tive que evoluir meu pai e corrigir os erros que cometi".
Disse isso e se apressou para partir. Nisso vi que o suicida também se movimentava e percebi que seu corpo apresentava uma porção de pingos de luz. Intrigada com aquilo perguntei a Pai João o que eram aqueles pingos.
" Aquilo, minha filha, são as gotas de óleos santos e àgua benta que o frade empregou no seu pai quando lhe deu a absolvição. Sim, filha, aquela matéria impregnada com os flidos do padre é que lhe davam aquele aspecto de pingos de luz. Você vê portanto, minha filha, que tudo são valores aproveitados pela misericórdia divina. Sim, filha, nada se perde em Seu Santo Nome".
Em seguida, ele pediu-me para fazer uma prece, pois ainda tinha algo a mostra-me. encaminhando-nos para uma capela onde se processava a vigília de um recém desencarnado. No ataúde, vi o corpo de uma jovem e a família que chorava sua morte. particularmente , um jovem, talvez um noivo ou irmão da jovem, debruçava-se sobre o cadáver e chorava desesperadamente. procurei o espírito da jovem mas não o vi por ali. perguntei a Pai João e ele me disse que ali só estava o cadáver.
" Como Pai joão? Não veio com o cadáver?
_ Não, minha filha. essa moça era espírita e soube se preparar para o desencarne. terminadas ás 24 horas normais, ela foi encaminhada para Pedra Branca. Não, minha filha, ela não virá para cá".
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